Os Azulejos da Bahia pelo Olhar de Udo Knoff
A contribuição do artista e ceramista Udo Knoff para o estudo e a preservação da azulejaria é um marco na história do patrimônio cultural da Bahia. Fascinado pelas fachadas cobertas de azulejos nos casarões antigos da cidade, Knoff não apenas coletou e pesquisou essas peças, como também sistematizou esse conhecimento em uma obra de referência: Azulejos da Bahia (1986). Muitos dos azulejos retratados em seu livro ainda podem ser encontrados nas ruas do Centro Histórico, compondo um verdadeiro museu a céu aberto.
Em 1960, por indicação do Professor Mendonça Filho, o artista Udo Knoff foi contratado pelo Reitor Edgard Santos para lecionar cerâmica na Escola de Belas Artes da Universidade Federal da Bahia. Anos depois, desenvolveu um profundo interesse pela azulejaria antiga das fachadas dos casarões de Salvador. Passou a coletar peças de construções em demolição e, a partir desse acervo, iniciou uma extensa pesquisa que resultaria na publicação do livro “Azulejos da Bahia”, em 1986 — hoje uma referência no estudo da azulejaria. Muitos dos azulejos documentados na obra ainda podem ser vistos nas fachadas do Centro Histórico de Salvador, em locais como a Casa das Sete Mortes (Rua do Paço), Rua Direita do Santo Antônio, Rua do Boqueirão, Ladeira do Boqueirão e Rua dos Marchantes.
Para aprofundar seus estudos, Knoff viajou em 1975 a Lisboa, Portugal, onde pesquisou no acervo do Museu Madre de Deus — atualmente o Museu Nacional do Azulejo — buscando referências que ajudaram a consolidar sua investigação sobre os azulejos encontrados na Bahia.
O trabalho de Udo Knoff segue como um importante legado para a preservação do patrimônio cultural de Salvador, revelando, por meio dos detalhes cerâmicos, a história e a estética que moldam a identidade visual da cidade.